Ganhar de Lavada: leitura obrigatória para profissionais do Marketing Político

Sinopse: Scott Adams foi uma das primeiras figuras públicas a prever a vitória de Trump, mais ou menos uma semana depois do renomado estatístico Nate Silver colocar suas chances em 2%. Mas Adams reconheceu em Trump um nível de persuasão que só se vê uma vez na vida.

O marketing político desempenha um papel crucial em campanhas eleitorais e mandatos bem-sucedidos. Neste artigo, vamos explorar o livro Ganhar de Lavada escrito por Scott Adams, um autor renomado e especialista em persuasão. A obra faz uma análise da espantosa vitória de Donald Trump para presidente dos EUA nas eleições de 2016 sob a ótica da sua forma eficaz de persuadir eleitores com informações imprecisas ou inverídicas.

Sabendo que estratégias eficazes de marketing político têm o poder de influenciar eleições e criar uma imagem positiva para os candidatos, é nesse contexto que Ganhar de Lavada se destaca, fornecendo insights valiosos para profissionais de marketing político.

Scott Adams: Um Especialista em Persuasão
Scott Adams é um autor renomado e especialista em persuasão, conhecido por seu sucesso com o famoso quadrinho Dilbert. Sua experiência em marketing e sua habilidade em criar mensagens persuasivas o levaram a escrever Ganhar de Lavada. Adams oferece uma perspectiva única sobre como a persuasão pode ser aplicada ao marketing político.

Trata-se de um livro que aborda estratégias persuasivas aplicáveis ao marketing político. Adams apresenta uma visão abrangente sobre como influenciar o comportamento humano por meio de técnicas persuasivas éticas. Ele explora como criar conexões emocionais com o eleitorado e como adaptar as estratégias de persuasão às necessidades específicas do marketing político.

Na obra, Adams destaca o poder da persuasão e sua influência no comportamento humano. Ele apresenta técnicas e estratégias práticas que os profissionais de marketing político podem utilizar para alcançar resultados significativos. Adams também compartilha exemplos e estudos de caso relevantes para ilustrar a eficácia dessas estratégias.

Conexão Emocional com o Eleitorado

Uma das ênfases de Adams é a importância de estabelecer uma conexão emocional com o eleitorado. Ele explora como criar empatia e confiança, fundamentais para fortalecer o vínculo entre candidatos e eleitores. Adams fornece insights valiosos sobre como adaptar mensagens e discursos para atingir as emoções dos eleitores e motivá-los a agir.

Tendências Emergentes no Marketing Político

Além das estratégias tradicionais de marketing político, Adams também analisa as tendências emergentes nesse campo. Ele explora o uso eficaz das mídias sociais, a importância da análise de dados e a personalização das mensagens para atingir os eleitores de forma mais precisa e impactante. Ao abordar essas tendências, Adams capacita os profissionais de marketing político a se adaptarem às demandas em constante evolução do cenário político.

Ganhar de Lavada, de Scott Adams é, portanto, uma leitura obrigatória para profissionais de marketing político. Com insights valiosos sobre persuasão e estratégias eficazes, o livro oferece orientação prática para alcançar o sucesso em campanhas eleitorais e mandatos. Ao aplicar as ideias apresentadas por Adams, você estará em vantagem na busca por resultados impactantes e positivos. Não deixe de explorar as estratégias persuasivas e adaptá-las às necessidades do marketing político.

Redes sociais na política brasileira: oportunidades e desafios

Nos últimos anos, as redes sociais têm se tornado uma presença cada vez mais constante na política brasileira. Desde as eleições presidenciais de 2018, o uso de aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais se tornou uma questão central no cenário político do país. A capacidade dessas plataformas de alcance de massa, combinada com a facilidade de compartilhar informações, tornou-as uma ferramenta poderosa para divulgação de conteúdo e mobilização de eleitores.

Com a pandemia de COVID-19, a tendência de digitalização das campanhas políticas foi intensificada, já que muitas atividades presenciais foram forçadas a se tornarem virtuais. Em 2020, as campanhas políticas foram em grande parte digitais, com candidatos e apoiadores aproveitando o poder das redes sociais para se comunicar com os eleitores.

No entanto, a utilização das redes sociais na política também tem gerado preocupações em relação à integridade das eleições e à disseminação de informações falsas. A polarização política, a manipulação de dados e a falta de regulamentação adequada são alguns dos riscos associados ao uso excessivo e irresponsável das redes sociais na política.

É importante destacar que a utilização das redes sociais na política não se limita apenas à disseminação de informações. As redes sociais também podem ser uma ferramenta poderosa para promover a participação democrática. Elas permitem que grupos marginalizados e movimentos sociais que, muitas vezes, são excluídos da mídia tradicional, tenham voz e se mobilizem em prol de seus objetivos.

A comunicação política através das redes sociais pode ser uma via de mão dupla, permitindo que os eleitores interajam com os candidatos, e não apenas recebam mensagens unilaterais. Isso pode levar a um maior engajamento do eleitorado e a uma participação mais ativa na política.

No entanto, para que as redes sociais sejam utilizadas de forma ética e responsável na política, é necessário que as informações compartilhadas sejam precisas e baseadas em fatos. Além disso, a regulamentação e a transparência no uso de dados são essenciais para proteger a integridade das eleições e a privacidade dos usuários.

Um equilíbrio cuidadoso entre a utilização responsável e a regulamentação adequada é fundamental para preservar a integridade e transparência das comunicações online. Por isso, é importante que todos os atores políticos, desde os candidatos até as plataformas de redes sociais, trabalhem juntos para garantir que as eleições futuras sejam justas e democráticas.

A polarização política e a disseminação de informações falsas podem comprometer a integridade do processo eleitoral, mas as redes sociais também oferecem oportunidades para uma maior participação democrática. É importante que a sociedade brasileira esteja ciente dos riscos e benefícios do uso das redes sociais na política e que sejam tomadas medidas para garantir que essas plataformas sejam usadas de forma ética e responsável. Somente assim, poderemos ter eleições justas e democráticas no futuro.

O que é Marketing Político?

O marketing político é uma estratégia usada para persuadir o público a votar em um determinado candidato ou partido político. Ele se concentra em destacar as qualidades e propostas do candidato, ao mesmo tempo em que potencializa as falhas e problemas do oponente. O marketing político é fundamental para a construção da imagem de um candidato e para aumentar sua visibilidade perante o eleitorado.

As campanhas políticas são cada vez mais intensas e complexas, também pode ser influenciada por fatores externos, como a forma como ele é retratado na mídia. É importante que a imagem do candidato seja positiva, confiável e coerente com suas propostas e valores.

Além disso, o marketing político também se concentra em segmentar o público-alvo e personalizar as mensagens para diferentes grupos. Isso é importante porque nem todos os eleitores têm as mesmas preocupações e desejos, e uma mensagem direcionada a um grupo específico pode ser mais efetiva do que uma mensagem genérica.

No entanto, é importante que o marketing político seja ético e respeite as regras eleitorais. A propaganda enganosa ou difamatória é proibida e pode prejudicar a imagem do candidato e a confiança do público nas eleições. Além disso, as mensagens devem ser verdadeiras e não podem exagerar ou minimizar fatos importantes.

Em resumo, o marketing político é uma estratégia fundamental para o sucesso de uma campanha política. Ele se concentra em destacar as qualidades do candidato, construir sua imagem, personalizar as mensagens para diferentes grupos e aumentar sua visibilidade perante o eleitorado. No entanto, é importante que o marketing político seja ético e respeite as regras eleitorais.

Israel Leal é diretor do CT do Marketing Político e da agência Inexxus Boa Viagem – euisraelleal@gmail.com

Como iniciar a pré-campanha eleitoral

O encerramento de um período eleitoral marca o início de outro. Após as definições democráticas, é a vez das especulações voltarem a campo, dando novos movimentos ao xadrez político que cada vez mais demanda por estratégias bem construídas que possam gerar campanhas mais tranquilas e menos custosas. E dentro de qualquer estratégia, alguns fatores são fundamentais para a ampliação das chances de sucesso. Um deles (e talvez o mais importante) é o tempo. Todos os pré-candidatos a qualquer cargo eletivo em 2024 estão com este ativo em mãos nesse momento. Fará toda a diferença saber trabalhar com o tempo a partir de agora e diluir, ao longo de quase dois anos, todo um planejamento que culminará no dia das próximas eleições.

Além desse cuidado especial com o tempo, tenho dito a todos os pré-candidatos que me procuram para iniciar a pré-campanha que existem outros quatro pilares que devem ser erguidos e reforçados ao longo deste período. São eles: diagnóstico preciso e sincero do ambiente; branding e reputação; excelência no marketing digital; e nutrição cuidadosa de leads.


O primeiro ponto, o de diagnóstico, compreende entender bem qual o ponto de partida. Quais as forças, fraquezas e toda a conjuntura atual que precisa ser trabalhada para fundamentar um planejamento que resulte em vitória. Como ferramentas, devem ser utilizadas pesquisas qualitativas e quantitativas, análises de SWOT e softwares mapeamento de presença online. O trabalho de branding e de reputação, importantíssimo para qualquer um que tenha pretensões eleitorais, é outo ponto desse pilar. É aqui que se entrega ao possível eleitor motivos para que o nome de alguém seja cogitado como representante do povo. Neste ponto é fundamental o apoio técnico de quem possa ajudar a adequar a imagem de quem será lançado com as necessidades de quem vai votar.

O marketing digital surge como terceiro pilar e vem se consolidando mais a cada eleição dentro do marketing político-eleitoral. As novas estratégias de mobilização, comunicação e publicidade digital trouxeram aos que decidiram utilizar a inteligência de mercado ao seu favor o voto de um eleitor cada vez mais consciente do seu papel como cidadão. É um erro mortal ignorar os avanços e as tendências comportamentais e tecnológicas do momento e o trabalho profissional de marketing digital vai também colaborar com o último pilar, que certamente é o menos explorado hoje no marketing político: a captura de contatos qualificados, os chamados leads. Dados de contato do eleitor-alvo são como um diamante que pode ser lapidado ao longo do tempo por meio de uma comunicação segmentada e assertiva. Oportunidade única de conversar diretamente com o cidadão, falando o que ele quer ouvir ao mesmo tempo em que lhe é dado a possibilidade de feedbacks.

Concluo reforçando que é necessário quebrar paradigmas sobre eleição, esquecer algumas velhas práticas e adaptar outras. Mesmo após toda a evolução dos últimos pleitos, muitos bons candidatos têm se perdido na busca pelo voto ao fechar os olhos para as tendências. É tempo de estudar essas novidades e planejar as ações dos próximos meses. A execução de um planejamento robusto e focado nestes cinco pilares certamente irá proporcionar mais chances de êxito, e uma jornada mais tranquila até 2024.

Israel Leal é diretor do CT do Marketing Político e da agência Inexxus Boa Viagem – euisraelleal@gmail.com

A fábula do eleitor

A fábula do eleitor

O personagem principal desta fábula é o Eleitor, que pode ser qualquer pessoa que possua sonhos, desejos e dores sociais que precisam ser curadas. Periodicamente o Eleitor recebe a visita de candidatos a receberem o Voto, poder especial concedido a apenas aquele ou aquela que vencer um duelo de narrativas. Somente aquele que passar pelos crivos do Eleitor levará o voto e o poder que o acompanha.

A primeira visita que o Eleitor recebeu foi do Egocêntrico, sujeito que apareceu cheio de enfeites e de brilho, que não parava de falar sobre si mesmo. O anfitrião tratou logo de mandar-lhe embora, pois o Egocêntrico não passaria nunca pelo crivo da humildade. Enquanto o Eleitor gostaria de ouvir soluções para seus problemas e oportunidades que impulsionassem seus sonhos, o Egocêntrico tinha um discurso centrado em exaltar sua própria imagem. Enquanto isso, chegava pelos correios uma carta do Candidato Sensato. No documento, Sensato pedia gentilmente para que a correspondência fosse devolvida ao remetente com as respostas para duas perguntas: “Como é sua vida hoje?” e “Como ela pode ser melhor amanhã?”.

A segunda visita que chegou foi a do Dissimulado, um cara já famoso por tentar conquistar o voto com as moedas das inverdades. Alguém que sempre tenta encantar os outros através da lorota. Porém, a fama de enganador do Dissimulado já era conhecida por todos e assim, o Eleitor o pôs para fora de casa, sabendo que ele nunca passaria pelo crivo da honestidade. Logo depois, Sensato passou na frente de sua porta, avisou que uma tempestade estava porvir e pediu para que o Eleitor se abrigasse.

Passada a chuva, o terceiro candidato, o Antipático, logo surgiu à porta e, sem nem ao menos perguntar se o Eleitor estava bem após a tormenta, ele entrou e começou a dizer que era ele o merecedor da dádiva do voto. Enquanto o Eleitor ouvia, precisava organizar o estrago deixado pela tormenta, mas o Antipático continuava ali, com sua roupa impecável, sua oratória sem defeitos e nenhum sinal de que havia passado algum perrengue durante a chuvarada. Já sem paciência, o Eleitor pediu para que o Antipático se retirasse pois, definitivamente, ele não passaria pelo crivo da sensibilidade. Em seguida, Sensato apareceu com as vestes sujas de lama perguntando se o Eleitor precisava de ajuda para colocar a casa em ordem.

No dia seguinte, bateu a porta um dos piores candidatos que existem; o Arrogante. Esse nem quis se apresentar, seu discurso foi direto, perguntando o que o Eleitor queria em troca do voto que possuía consigo. Eleitor, que não é um sujeito besta, disse que precisava de um novo telhado para sua casa. Mas ao receber o que pediu, conseguiu enrolar o Arrogante que saiu do local achando que receberia seu prêmio. Porém, para o Eleitor, ficava claro que aquele sujeito não passaria pelo crivo da integridade. Quase que no mesmo instante, chegava um convite do Sensato para um jantar na sua casa.

À noite, esse foi o destino do Eleitor, que queria saber mais sobre aquele sujeito que parecia estar tão interessado em entender sua realidade e em ajudar a melhorar sua vida. A casa do Sensato era simples e humilde, como a do Eleitor. A comida era boa, mas não havia extravagância. A conversa era convidativa e todos os presentes tiveram a chance de conhecer mais sobre o Sensato, ao mesmo tempo em que também eram ouvidos e entendidos pelo anfitrião.

Chegado o dia da escolha, o Eleitor não teve dúvidas. Entre todos os candidatos que o abordaram, apenas o Sensato o tratou de forma humanizada e mostrou o real interesse em ajudar. Ele passou por todos os crivos e, por isso, o prêmio do voto a ele foi entregue.

Esta fábula está em curso neste exato momento. Candidatos tentam passar pelos crivos estabelecidos pelos eleitores e os eleitores buscam nos candidatos alguém digno de serem contemplados com seus votos. Mas, diferente de uma fábula que tem como finalidade apresentar uma lição de moral, na vida real o voto é determinante para o futuro de cada eleitor cidadão.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Israel Leal é jornalista, especialista em Marketing Político, diretor da agência Inexxus Boa Viagem e idealizador do CT do Marketing Político