Copywriting como ferramenta de persuasão no Marketing Político

Você já se perguntou como os políticos conseguem cativar o público e influenciar decisões por meio das palavras que escolhem? Bem, a resposta está no copywriting político eficaz. Para entender melhor como isso funciona, vamos mergulhar em algumas dicas essenciais, mas antes entenda como essa ferramenta pode ser decisiva em sua jornada política, dentro de uma estratégia de conexão com o eleitor.

A cada eleição que passa, o marketing político é mais marcado por uma competição acirrada baseada na evolução digital e na habilidade de se comunicar de maneira persuasiva e eficaz. É nesse contexto que o copywriting se eleva como uma ferramenta essencial na construção de discursos, campanhas e estratégias de marketing político de sucesso. A seleção estratégica e envolvente de palavras não apenas molda a forma como políticos se conectam a eleitores, mas também determina as probabilidades de êxito nas urnas. O copywriting no cenário político tem a capacidade de influenciar percepções e mobilizar eleitores, estabelecendo-se assim como um fator decisivo em uma competição política acirrada.

A ferramenta desempenha também um papel fundamental na política ao transformar palavras em poder. É a arte de escolher os termos ideais para comunicar uma mensagem política de forma persuasiva e envolvente. Em um cenário político altamente competitivo, as técnicas de copywriting permitem criar discursos, materiais de campanha e conteúdos online que conectam emocionalmente com os eleitores, inspiram confiança e mobilizam o apoio necessário para vencer as eleições.

‌A percepção do eleitor é fundamental para o sucesso político. O copywriting desempenha um papel crucial ao moldar essa percepção. Palavras bem escolhidas podem transmitir confiança, autenticidade e empatia. Um copy eficaz pode humanizar um candidato, destacar suas realizações e ressoar com as preocupações e aspirações do eleitorado. Ao criar mensagens consistentes e persuasivas, os políticos podem influenciar a opinião pública e ganhar o apoio necessário para vencer eleições.

‌A história da política está repleta de exemplos de copywriting político eficaz. Aqui estão alguns exemplos:

Campanha de Barack Obama nos Estados Unidos (2008): A campanha presidencial de Barack Obama em 2008 é um exemplo notável de copywriting político eficaz. Seu slogan “Yes, We Can” (Sim, nós podemos) e a narrativa de esperança e mudança ressoaram profundamente com os eleitores.

Campanha Brexit no Reino Unido (2016): A campanha do Brexit, que representa uma abreviação das palavras inglesas britain (Bretanha) mais exit (saída), usou uma linguagem simples e direta para persuadir os eleitores a votar a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, mostrando como uma mensagem clara pode ter um impacto significativo.

Campanha de Jacinda Ardern na Nova Zelândia (2020): Ardern focou em comunicação clara e empatia durante a pandemia, reforçando sua liderança e conquistando a confiança do povo neozelandês.

Agora, depois de compreender a importância da ferramenta, confira 06 dicas importantes para potencializar sua estratégia de marketing político utilizando o copywriting:

1. Conheça seu público-alvo profundamente

Antes de colocar a caneta no papel, é fundamental compreender as necessidades, preocupações e aspirações do seu público-alvo. Quanto mais profundo for o seu conhecimento sobre eles, mais eficaz será a sua mensagem.

2. Comunique-se de forma clara e acessível

Evite usar jargões políticos complexos e linguagem técnica. Sua mensagem deve ser cristalina e acessível a qualquer eleitor, independentemente de sua bagagem política.

3. Construa uma narrativa envolvente

As histórias têm o poder de tocar o coração das pessoas. Conte histórias que ressoem emocionalmente com o seu público, descrevendo sua jornada política, suas realizações e como você planeja abordar os desafios que são significativos para os eleitores.

4. Apresente soluções, não apenas problemas

Ao invés de focar apenas nos problemas, ofereça soluções concretas para os desafios enfrentados pela comunidade. Demonstre que você é um agente de mudança eficaz e está comprometido em fazer a diferença.

5. Explore gatilhos mentais

‌Os gatilhos mentais são técnicas de linguagem poderosas que podem influenciar a decisão do eleitor. Explore gatilhos como prova social (mostrando que outros apoiam sua causa), escassez (destacando que sua oportunidade é única) e reciprocidade (oferecendo algo de valor antes de pedir apoio). Essas estratégias podem ajudar a conquistar a confiança e o apoio do público.

6. Utilize chamadas para ação (CTA) persuasivas

‌Finalize sua mensagem com uma CTA persuasiva que incentive os eleitores a agir imediatamente. Por exemplo, “Vote pela mudança. Junte-se a nós hoje!” ou “Contribua agora para apoiar nossa causa.” Essa chamada à ação decisiva pode fazer a diferença no engajamento e no apoio.

‌‌Fica evidenciado que o copywriting político é uma ferramenta indispensável na construção de uma estratégia de marketing político de sucesso. Ele não apenas influencia a percepção do eleitor, mas também cria conexões emocionais e inspira ação. Ao dominar as técnicas de copywriting, os políticos podem se destacar em meio à concorrência e conquistar o apoio necessário para alcançar o sucesso nas urnas. Lembre-se sempre: as palavras têm poder na política, e o copywriting é a chave para desbloqueá-lo.

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O Pop não poupa ninguém, nem mesmo os políticos

Artigo publicado originalmente no jornal Folha de Pernambuco do dia 27 de Julho de 2023

A aproximação entre a política brasileira e a cultura pop tem se tornado uma tendência marcante nos últimos anos. O filme da icônica boneca Barbie gerou trends e memes replicados por milhões de pessoas em todo o mundo, e durante a semana de lançamento do longa-metragem, as redes sociais de políticos e órgãos públicos se encheram de imagens e vídeos, onde tons de rosa coloriam os feeds dos seguidores. Até o ex-presidente Michel Temer entrou na onda, publicando um vídeo (excluído posteriormente), no qual aparece caracterizado como o boneco Ken, par romântico da personagem principal.

Essa utilização de artifícios midiáticos, a presença de figuras da classe artística e o uso de referências da cultura pop têm sido estratégias adotadas pelos políticos com o intuito de alcançar um público mais amplo e diversificado. Acredito que duas razões principais embasem essa escolha. Em primeiro lugar, a cultura pop se revela uma forma altamente eficaz de comunicação, capaz de atingir um público vasto e estabelecer conexões emocionais profundas. Em segundo lugar, a cultura pop é de fácil acesso e familiaridade ao grande público, tornando-se uma ferramenta atrativa para a política, dada sua capacidade de se inserir no consciente coletivo.

Tal como eu, todos os estrategistas de comunicação e marketing político adoram surfar nas ondas das tendências do momento, especialmente quando elas estão ancoradas em fenômenos midiáticos, como no caso de Barbie. Isso se deve à potencialização que tal abordagem confere ao processo comunicacional. Um dos benefícios notáveis é tornar a política mais acessível às pessoas. Quando os políticos se utilizam da cultura pop, conseguem comunicar-se em níveis mais pessoais e em linguagem mais acessível. Outro aspecto favorável é que a cultura pop pode tornar a política mais atraente para os jovens, pois essa geração possui grande afinidade com a cultura pop e consome-a avidamente. Ao utilizar referências pop, os políticos podem conectar-se com os jovens e motivá-los a engajarem-se na política.

Entretanto, por mais atrativo que seja o engajamento resultante, expor-se por meio da cultura pop pode também trazer riscos. O entendimento mais fundamental neste sentido é entender que a política não deve ser reduzida a um mero espetáculo midiático, onde o entretenimento sobrepõe-se à seriedade dos problemas enfrentados. O próprio político que se rende à tentação de seguir uma trend como a da Barbie sem uma estratégia bem definida vai atrair os holofotes para si mesmo, revelando, em muitos casos, a falta de entregas e comprometimento com a população.

Ademais, a glamorização da política por meio de associações com o mundo pop pode criar uma ilusão de competência e habilidade que nem sempre se traduz em efetivas mudanças sociais. E, em um nível mais grave, o apelo emocional e a ênfase na imagem podem levar a um engajamento superficial dos eleitores, comprometendo o debate informado e a participação consciente na democracia.

Nesse contexto, é crucial utilizar esse artifício de forma responsável, como uma ferramenta para conectar-se com os eleitores e, ao mesmo tempo, promover debates informados e soluções concretas para os problemas do cotidiano. A política deve ir muito além do entretenimento; deve ser o meio de transformar a realidade e melhorar a vida dos cidadãos.

Como cantam os Engenheiros do Hawaii: “Qualquer coisa que se mova é um alvo e ninguém tá salvo… O pop não poupa ninguém!“, nem mesmo os políticos. Por isso, é necessário um equilíbrio cuidadoso entre a abordagem pop e o compromisso com a responsabilidade, a seriedade e a efetividade na atuação política. Somente assim será possível ser pop, conquistar o apoio verdadeiro da população e efetivamente fazer a diferença no cenário político do país.

Israel Leal é jornalista, consultor e diretor do CT do Marketing Político (euisraelleal@gmail.com)

Redes sociais na política brasileira: oportunidades e desafios

Nos últimos anos, as redes sociais têm se tornado uma presença cada vez mais constante na política brasileira. Desde as eleições presidenciais de 2018, o uso de aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais se tornou uma questão central no cenário político do país. A capacidade dessas plataformas de alcance de massa, combinada com a facilidade de compartilhar informações, tornou-as uma ferramenta poderosa para divulgação de conteúdo e mobilização de eleitores.

Com a pandemia de COVID-19, a tendência de digitalização das campanhas políticas foi intensificada, já que muitas atividades presenciais foram forçadas a se tornarem virtuais. Em 2020, as campanhas políticas foram em grande parte digitais, com candidatos e apoiadores aproveitando o poder das redes sociais para se comunicar com os eleitores.

No entanto, a utilização das redes sociais na política também tem gerado preocupações em relação à integridade das eleições e à disseminação de informações falsas. A polarização política, a manipulação de dados e a falta de regulamentação adequada são alguns dos riscos associados ao uso excessivo e irresponsável das redes sociais na política.

É importante destacar que a utilização das redes sociais na política não se limita apenas à disseminação de informações. As redes sociais também podem ser uma ferramenta poderosa para promover a participação democrática. Elas permitem que grupos marginalizados e movimentos sociais que, muitas vezes, são excluídos da mídia tradicional, tenham voz e se mobilizem em prol de seus objetivos.

A comunicação política através das redes sociais pode ser uma via de mão dupla, permitindo que os eleitores interajam com os candidatos, e não apenas recebam mensagens unilaterais. Isso pode levar a um maior engajamento do eleitorado e a uma participação mais ativa na política.

No entanto, para que as redes sociais sejam utilizadas de forma ética e responsável na política, é necessário que as informações compartilhadas sejam precisas e baseadas em fatos. Além disso, a regulamentação e a transparência no uso de dados são essenciais para proteger a integridade das eleições e a privacidade dos usuários.

Um equilíbrio cuidadoso entre a utilização responsável e a regulamentação adequada é fundamental para preservar a integridade e transparência das comunicações online. Por isso, é importante que todos os atores políticos, desde os candidatos até as plataformas de redes sociais, trabalhem juntos para garantir que as eleições futuras sejam justas e democráticas.

A polarização política e a disseminação de informações falsas podem comprometer a integridade do processo eleitoral, mas as redes sociais também oferecem oportunidades para uma maior participação democrática. É importante que a sociedade brasileira esteja ciente dos riscos e benefícios do uso das redes sociais na política e que sejam tomadas medidas para garantir que essas plataformas sejam usadas de forma ética e responsável. Somente assim, poderemos ter eleições justas e democráticas no futuro.

O caráter decisivo da campanha eleitoral na internet

O caráter decisivo da campanha eleitoral na internet

Artigo publicado originalmente no jornal Folha de Pernambuco, em 28/04/2022

As eleições mais digitais de todos os tempos estão se aproximando e os seus sinais são vistos por todos os lados, mesmo com muitos pré-candidatos ainda insistindo em subestimar a comunicação com os eleitores nos canais proporcionados pela internet. Ainda que todos os indícios apontem para que o pleito deste ano seja definido pelas ações que seus principais atores desenvolverão no mundo online, o amadorismo no marketing político digital ainda se mostra muito latente.

É importante frisar que as eleições majoritárias e proporcionais de 2018 já tiveram um viés digital decisivo com a utilização massiva – ainda sem muita regulamentação – de aplicativos mensageiros, como Whatsapp e Telegram, para a mobilização de militância e multiplicação de conteúdo. Já em 2020, a popularização e a profissionalização na utilização de anúncios impulsionados de forma segmentada nas redes sociais fizeram a grande diferença na campanha do candidato online.

Dois anos atrás, a pesquisa Eleitor Conectado, iniciativa da Presença Online, já apontava para um cenário irreversível sobre o comportamento das pessoas no consumo de conteúdo relacionados à política. O levantamento escancarou a predileção do brasileiro pela comunicação online: enquanto 55% dos entrevistados disseram que utilizam redes sociais todos os dias para consumir informações locais, apenas 32% apontaram fazer o mesmo com a TV. Porém, o dado mais revelador foi acerca de como o eleitor se informa melhor sobre um candidato durante a campanha eleitoral: 52% responderam que faziam isso todos os dias via Redes Sociais; 36% através de conversa com amigos; 34% por meio de sites e blogs; e somente 15% das pessoas disseram que acompanham diariamente o horário eleitoral gratuito.

Dados atuais, segundo pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, mostram que o Whatsapp está instalado em 99% dos smartphones do Brasil e que 93% das pessoas usam o aplicativo todos os dias. Aliado a isso, surgem novos canais (como o TikTok) e formatos (como os vídeos Reels) atrativos, que ampliam as possibilidades da campanha digital. Tudo isso tornará mais assertiva a comunicação com o eleitor, mesmo sendo este um processo eleitoral mais vigiado na internet – o Tribunal Superior Eleitoral promete tolerância zero para a disseminação de notícias falsas e para o envio de mensagens em massa por meio de aplicativos.

Sabendo, portanto, que na internet estão caminhos promissores de relacionamento com o eleitor, muitos pré-candidatos ainda cometem o erro de esperar o período eleitoral para cair de cabeça na rede. Uma vez que o TSE não proíbe a pré-campanha na internet ou o impulsionamento de conteúdo (desde que não haja abuso de poder econômico, disparo em massa ou pedido de votos), sai na frente quem começa a trabalhar cedo. A comprovação vem da Meta, empresa que controla Facebook e Instagram, e que divulgou recentemente que, apenas nos três primeiros meses de 2022, quase R$ 10 milhões foram investidos em impulsionamento de conteúdo político nas duas plataformas.

Vence a eleição quem se comunicar melhor com o eleitor. E para que isso aconteça, é necessário ocupar os mesmos espaços que o público-alvo pelo maior tempo possível e com estratégias não invasivas de persuasão. Na batalha pelo voto na internet, não basta apresentar as melhores ideias, ter o discurso mais bonito ou mesmo tentar encher os olhos das pessoas com luzes e holofotes. Para atrair o eleitor digital de 2022 será preciso superar o desafio de gerar conexão e relacionamento sem ultrapassar os limites legais. E para isso, será exigido tanto do candidato quanto da sua equipe: planejamento, muita criatividade, alinhamento com as principais tendências, conhecimento das regras do jogo, e mangas arregaçadas para o trabalho pesado que está por vir.

Israel Leal é jornalista e especialista em Marketing Político